Mascarada em tambores coloridos de coleta seletiva ou em passeatas e gincanas ecológicas em comemoração anual ao Dia da Árvore, a Educação Ambiental evolui e torna-se tão abrangente quanto a capacidade humana de criação e de ambição. Gandhi argumentava que a natureza é capaz de satisfazer todas as necessidades dos humanos, exceto a ambição.
Mais tecnologias estão disponíveis para educar em massa sobre a necessidade do consumo de produtos supérfluos de curta durabilidade e para aquisição de equipamentos consumidores de energia e produtores de mais resíduos. Em tão pouco tempo tantas espécies foram extintas, diversas fontes de água pura secaram, tantas florestas estão “horizontalizadas” e a fome de todos não foi saciada, muito menos a sobrevivência de culturas anteriores foi garantida. A natureza não está mais acompanhando harmonicamente o processo de consumo do atual modelo de desenvolvimento (econômico) cuja velocidade está extrapolando o limite de segurança necessário para a manutenção das vidas e o que elas demandam. A necessidade de mudança do modelo de desenvolvimento não é somente do econômico para o sustentável, mas também de como alterar os padrões que definem a satisfação humana como cidadão, parte de uma sociedade ocupante de um espaço limitado com alguns recursos não-renováveis e outros renováveis dentro de um determinado tempo.
Dias (2004) demonstra que um bebê americano consome o equivalente a 2 suecos, 13 brasileiros, 35 indianos ou 280 haitianos. A população de “bebês americanos” está aumentando, não somente nos Estados Unidos da América, mas também nos shopping centers das cidades de qualquer país. A cultura faz parte do meio ambiente. Surge da forma de viver adquirida por um grupo de pessoas que utiliza um determinado espaço e os recursos nele disponíveis. A cooperação dos indivíduos do grupo é imprescindível para possibilitar a permanência das gerações. Essa cooperação necessita de normas de conduta e códigos de ética. Cria-se um sistema baseado em padrões de comportamento.
O aprendizado constante sobre “como se comportar no planeta” é a educação ambiental: motivar mudanças comportamentais necessárias para iniciar as novas ações de um modelo de desenvolvimento humano (sustentável).
Qual o tempo que ainda resta para mobilizar essa reflexão e reajustar a qualidade de utilização do tempo de vida humana no planeta? As conseqüências de tsunamis, enchentes ou secas, novos vírus e descobertas científicas traduzem a sensibilidade dos fios desta teia, que resiste. Até um determinado tempo.
Para que ocorram mudanças de atitudes o indivíduo precisa perceber-se como parte integrante de um sistema/ambiente, que deve estar equilibrado para garantir sua existência. A conduta do indivíduo provoca intervenções que podem contribuir para o equilíbrio do sistema/ambiente ou ter efeito negativo.
Portanto, a educação ambiental é motivadora na formação de valores no indivíduo para que este atue de forma responsável, através de sua conduta consciente para o equilíbrio de “todo” ambiente e assim, “saber ser” humano.
DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, 2004.
Legenda da foto: Rio Motucas, após forte chuva. Excelente trabalho da mata ciliar, replantada em maio de 2002.
Legenda da foto: Rio Motucas, após forte chuva. Excelente trabalho da mata ciliar, replantada em maio de 2002.
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